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sábado

Reflexão Cristã: O orgulho dos outros ...




Em diversos momentos a Bíblia se mostra impiedosa ao dizer quem somos.  Usa expressões como "você acha que está vivo, mas está morto", "você acha que não tem falta de nada, mas é um miserável", "todos pecaram", "não há um só que faça o bem", "sem mim, nada podeis fazer, etc.  Notamos por aí que podemos ter um conceito errôneo a nosso próprio respeito e que precisamos ser confrontados com nossa própria indignidade latente para sentir a necessidade desesperada de um Salvador.

 Por conta disso é que o orgulho foi eleito um dos "pecados capitais".  É o pecado sem esperança, porque o pecador não percebe que peca e, portanto, não sente qualquer impulso para se arrepender e para buscar a graça divina.  Nesse tema, como em outros tantos, acontece na prática um descompasso entre a intenção de Deus ao dizer o que disse e o que fazemos com o que ouvimos.



A ideia era que olhássemos para o espelho, e não para os outros.  Digo isso porque há muita gente tomando cuidados extremos para não incentivar o orgulho dos outros.  Recusam-se a elogiar, a dizer uma palavra de validação.  Agem diferentemente do próprio Jesus, que elogiou a Pedro quando ele identificou a Jesus como o Cristo.  Há milhares de pessoas morrendo à míngua por falta de uma palavra positiva, uma palavra de reconhecimento, um elogiozinho qualquer.

C.S.  Lewis ajuda a separar as coisas, veja: "o prazer do elogio não é orgulho.  A criança que recebe um tapinha nas costas por fazer bem o dever de casa, a mulher cuja beleza é elogiada pelo marido, a alma salva para quem Cristo diz: `Muito bem': todos ficam contentes, e têm todo o direito de ficar.  Em cada uma dessas situações, as pessoas não se comprazem naquilo que são, mas no fato de terem agradado a alguém que (pelos motivos corretos) queriam agradar.  O problema começa quando você deixa de pensar "Eu o agradei: tudo está bem", e substitui esse pensamento por outro: "Eu sou mesmo uma pessoa magnífica por ter feito isso".  Quanto mais você se compraz em si mesmo e menos no elogio, pior você fica.  Quando todo seu deleite vem de você mesmo e você não se importa mais com o elogio, chegou ao fundo do poço.  "

Marco Aurelio Brasil

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