De forma muito simplista, um buraco negro é uma região no espaço que contém tanta massa concentrada que nenhum objeto consegue escapar de sua atração gravitacional. Por exemplo, suponha que você está na superfície de um planeta. Você atira uma pedra para cima. Supondo que você não atire muito forte, ela subirá por algum tempo, mas eventualmente a aceleração devida à gravidade do planeta vai fazê-la descer de novo. Se você atirar a pedra com força suficiente, no entanto, você poderia fazê-la escapar inteiramente da gravidade do planeta. A pedra continuaria a subir para sempre. A velocidade com que é necessário atirar a pedra para que ela escape da atração gravitacional do planeta é chamada de "velocidade de escape". A velocidade de escape depende da massa do planeta: se o planeta for extremamente massivo, sua gravidade é muito intensa, e a velocidade de escape muito elevada. Um planeta mais "leve" teria uma velocidade de escape inferior. A velocidade de escape também depende da distância a que você se encontra: quanto mais perto você estiver, maior a velocidade de escape. A velocidade de escape da Terra é de 11,2 km/s, enquanto que a velocidade de escape da Lua é de apenas 2,4 km/s. Imagine agora um objeto com tamanha massa, concentrada num raio pequeno de tal forma que sua velocidade de escape seja maior que a velocidade da luz. Neste caso, uma vez que nada pode se deslocar mais rapidamente que a luz, nada poderá escapar do campo gravitacional desse objeto. Mesmo um raio de luz seria puxado de volta pela gravidade e não teria como escapar. (Fonte: Instituto de matemática e Estatística da USP)
A mesma força que faz com que os raios de luz sejam puxados de volta, faz também com que qualquer coisa que se aproxime de um buraco negro seja sugada por ele. Isto é, um buraco negro é um imã poderosíssimo que funciona como um bicho come-come, que não perde a chance de engolir suas presas. Se você já viu um sapo comer uma mosca, sabe do que estou falando.
Mas o que isso tem a ver com espiritualidade? Nada, exceto se compreendermos o buraco negro como uma metáfora do pecado. Isso mesmo, quando penso em pecado imagino que são buracos negros na alma. Poderíamos dar nomes aos buracos negros da alma: "imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias", que a Bíblia chama de obras da carne.
Quando essas coisas existem na alma, elas sugam tudo de bom que passa pela nossa órbita. Passa um sorriso, mas ele é sugado pelo buraco negro ódio; passa uma oportunidade de sermos generosos, mas ela é sugada pelo buraco negro egoísmo; passa uma amizade, mas ela é sugada pelo buraco negro ciúmes, ou discórdia, e assim vai, até que os buracos negros da alma crescem e se juntam formando um buraco só, que chegam a sugar a própria pessoa para dentro dele. O resultado é que a pessoa fica aprisionada na escuridão e, assim como a luz não consegue escapar do campo de gravidade do buraco negro, nada de bom escapa do buraco negro existencial: ela não sorri mais, não consegue mais fazer amizades, não é capaz de agir com generosidade, não se doa mais, não acredita em mais nada, perde a esperança e não vê mais graça na vida.
Acho que foi a respeito desse tipo de gente que Jesus disse: "os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!". Quando a alma é um buraco negro, o mundo todo é escuro.
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Regiane
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