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quarta-feira

Reflexão Cristã: A TV influência na sua vida ?





Todas as noites, às oito horas, a casa da vovó ficava cheia.  Uns chegavam em cima da hora, outros já estavam lá esperando desde cedo.  Conversavam sobre muitos assuntos, mas o motivo mesmo de tão freqüente visita era a televisão.  Vovó era a única da rua que possuía televisão.  Eu me lembro que, nos domingos à tarde, toda a molecada da rua vinha à casa da vovó assistir televisão.  Ficavam empoleirados na escada, e não havia espetáculo mais atraente do que aquele cineminha de graça.

Talvez por já estar acostumado, eu conseguisse entender o porquê de tamanha curiosidade quanto aos desenhos animados: o aparelho era uma grande novidade.  À noite, mudava o público.  Antes, a casa da vovó não ficava tão cheia, com tanta freqüência.



 Com a chegada do aparelho, as pessoas vinham, cumprimentavam-se, sentavam-se e logo começavam a ver televisão.  Eram os "televizinhos", como se dizia na época.  ( São Paulo, 1988) Essa história serve para ilustrar como a televisão consegue exercer domínio sobre as pessoas.  Naquela época era fácil entender o porquê da TV ser algo tão atrativo.  A TV era uma novidade e poucas pessoas a possuíam.  Hoje é bem diferente, é difícil encontrar uma casa que não possua televisão.  Então, qual influência este aparelho tem sobre a sua vida?

 Se você disser: nenhuma.  Sem querer cometer equívocos, talvez você possa estar mentindo.  Não para mim e nem para Deus ou qualquer outra pessoa, mas para você mesmo (a).  Há quem diga: " a televisão veio para introduzir diálogos e discussões, ela faz com as pessoas pensem".  Eu posso dizer que sou avessa a essa idéia, pois na maioria das vezes o que ela faz é exatamente o contrário, (não a TV em si, mas a programação transmitida por ela).

A grande exposição à televisão tem suprimido o diálogo doméstico, a conversa das pessoas e tem feito com que a maioria da sociedade se torne imitadora dos conceitos televisivos.  A colunista do St.  Petersburg Times, Carol Gentry publicou em seu artigo ( Slaves to the set: U.S.  hooked on TV/ Escravos do aparelho: EUA presos pela TV ), um estudo que fala dos efeitos que a televisão causa sobre a mente humana.  Neste estudo os pesquisadores chegaram à conclusão que TV: É muito mais poderosa do que muitas pessoas pensam e funciona de formas ainda desconhecidas.

 É, no mínimo, formadora de hábito e, possivelmente, viciadora.  Envia uma mensagem pérfida: que a habilidade para comprar coisas é o alvo mais elevado da vida.  Milhões de pessoas encontram-se presas à TV, que se encaixam no critério de vício por drogas, no manual psiquiátrico oficial, diz kubey, co-autor de Television and the quality of life: how viewing shapes everyday experience [ A televisão e a qualidade de vida: como assistir molda a experiência diária ].

Telespectadores compulsivos exibem cinco sintomas de dependência, diz ele, dois a mais do que o necessário para se chegar a um diagnóstico clínico de vício por drogas.  Embora deseje assistir a um programa ou dois, a maioria dos telespectadores acaba assistindo hora após hora.  É similar ao erro cometido pelos alcoólatras, que pensam que podem beber só um drinque, ou de ex-fumantes que pensam que um cigarro não vai fazer mal.  Mesmo aqueles que reconhecem que assistem muito não parecem capazes de reduzir.  "Não lhe posso contar o número de pessoas que me disseram que tiveram de se livrar do aparelho ou cortar assinatura da TV a cabo para controlar isso", diz Kubey.  "Eles se sentem impotentes".  Atividades importantes, familiares ou pessoais, são canceladas ou reduzidas para se encaixarem com a televisão.

 A saúde sofre, pois os telespectadores compulsivos não fazem muito exercício.  Assim também os relacionamentos familiares[...].  Sintomas de abstinência aparecem quando telespectadores compulsivos param ou diminuem.  Durante o período de reajuste, diz Kubey, "algumas famílias experimentarão mais conflito, estresse e tensão".  Aqueles que assistem muito à televisão tiram menos diversão dela do que aqueles que assistem menos, descobriu o pesquisador.  Contudo, o hábito é poderoso, porque um apertar de botão produz relaxamento instantâneo, muito similar ao efeito do Valium (GALLAGHER, Steve.  Liberte-se das paixões deste mundo, p.140.  Rio de Janeiro: Graça, 2003)

A televisão é vista como um recurso lúdico.  Normalmente quando se está intediado(a), cansado ou "sem nada pra fazer", na maioria das vezes, recorrer à televisão é a solução, porque é a forma mais barata, mais fácil e disponível que até agora inventaram.  Como diria o pr.  Jaime de Amorim:" um controle remoto na mão pode ser benção ou maldição".  Ter conhecimento de que existem pessoas viciadas em televisão não é tão surpreendente quanto saber que entre essas pessoas existem cristãos, e isso não ocorre apenas nos EUA, o Brasil é hoje, um dos países mais televisivos existentes.  Inescusável é, ver que esses mesmos cristãos já estão tão enredados, emaranhados pelo engodo disseminado nos conteúdos programados pela televisão, que não se dão conta do abismo em que estão caindo.

 Dificilmente tais pessoas não guardam o que a Palavra de Deus diz ( Jó 11.12 ) e não percebem que podem acabar perdendo mais, do que ganhando, de acordo com as opções que escolhem.  Não quero parecer generalizadora, por isso, ressalto que existem ainda, canais com programações adequadas, pessoas realmente preocupadas com a qualidade das mensagens transmitidas para o receptor - o telespectador.  Entretanto há uma minoria que se preocupa em manter esse bom nível, de qualidade programática.

Em conseqüência, tende a se perpetuar o comodismo, a insensibilidade dos espectadores diante das correções convincentes dadas pelo Espírito Santo em relação ao que assistimos na televisão.  Lembremo-nos: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm.  Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma"(1Co 6.12 ).


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