Um câncer para casamento
Carlos e Joana voltam de mais um final de semana tipo macarrão com frango na casa da mãe de Carlos.
Ao chegar em casa Carlos desce para abrir o portão e avista a vizinha lavando o carro do marido e faz o infeliz comentário:
- Veja querida, isto que é esposa prendada.
A resposta vem na mesma velocidade que foi o comentário, ou seja, sem pensar.
- É? Aposto que o marido dela lava louças para ela.
E já se trancou atrás de um bico de fazer inveja a qualquer tucano.
Carlos sabia o motivo do bico, mas não queria dar o braço a torcer, pensava consigo mesmo:
- Deus sabe que meu comentário foi sem maldade, apenas esperava um tapinha e um sorriso maroto dizendo "Bobo", e não uma greve de sexo que já durava sete dias.
Joana por sua vez tinha suas razões:
- Trabalho como uma doida para manter a casa em ordem, cuido das crianças, mantenho a comida no horário e ainda vem fazer um comentário ridículo destes. Lavar carro? Ingrato!
Mas ambos tinha um ardente desejo de que o parceiro de tantos anos viesse e dissesse as três palavras mágicas:
- Por favor, me perdoe, eu errei. E terminasse de uma vez por todas com isto.
Mas o que se escuta é: "Alta do dólar bate novo recorde!" denuncia a televisão em um volume até certo ponto incomodo. Carlos que assistia o jornal escuta alguns gritos no quarto e diminui o volume da televisão para tentar ouvir algo.
- Já te disse para não subir na cama de tênis! A voz de Joana ecoa pela casa seguido do barulho de chineladas e os gritos de Rafael chorando. Sem se dar conta, Joana descontara toda a sua raiva sobre o pequeno garoto que mal entendera o porque das chineladas, e descontaria no primeiro que encontrasse pela frente.
Todo aquele clima tenso, somando ao volume da televisão fez com que Joana cometesse tal erro.
Carlos se lembra que dias atrás ela tirava Camila pacientemente da cama:
- Camilinha querida, não suba na cama de sandálias filha.
Será que ela fazia distinção dos filhos? Pensava ele.
Já no oitavo dia em que só se falavam o extremamente necessário, Carlos já nem lembrava mais o motivo daquela nova separação, mas algo o impedia de tentar resolver o problema em questão, é como se tivesse que dar o braço a torcer, como se dissesse a esposa:
- OK querida você errou e pode sempre fazer isto que eu irei aceitar.
Joana por sua vez lembrava até do cabelo que estava pairando no ar no momento em que o marido fez o comentário, mas continuava imutável.
Sem saberem, Carlos e Joana estavam criando um ambiente ideal para a proliferação de um câncer que comia seu casamento pelas bordas. Não era o comentário o motivo da nova briga e "separação", era algo que já vinha acumulando como um balão de ar que vai se enchendo e o comentário sobre a vizinha foi o ultimo sopro o qual explodiu o balão.
Oitavo dia para Carlos e Oitavo dia, quatro horas e alguns minutos para Joana.
Segunda feira cheia. Carlos nem lembrava de Joana, por sua vez Joana tentava entender como passaram um final de semana daquela forma ostentando uma mascara bonita e lapidada, o casal perfeito.
Abrindo o portão de casa como era de costume, Carlos finalizava aquela segunda feira guardando o carro na garagem quando novamente avista a vizinha lavando o carro de seu marido.
Lembrou do ocorrido a uma semana atrás, mas nem assimilou os fatos, achando que aquilo fora somente mais uma de tantas divergências.
Logo já se distrai novamente olhando seu filho Rafael se apoiando no batente da porta olhando o pai e obedecendo a uma linha imaginaria entre a garagem e a porta da sala.
Logo após o programa do Jô, Carlos vai para o quarto onde encontra a cama com um espaço enorme do seu lado, pois Joana deitara quase que caindo da cama.
Deita-se cuidadosamente e apaga a luz. O silencio ocupa cada centímetro quadrado do quarto, nem a respiração de Joana se ouve, deixando bem claro que nenhum dos dois estavam dormindo.
Carlos já estava quase dormindo quando senti como se um vulto passasse por ele.
Abre os olhos e consegue perceber que Joana já não se encontra mais na cama.
Fica com os ouvidos bem atentos para tentar ouvir a porta do banheiro ou da geladeira, mas apenas o latir distante de um cachorro se fazia ouvir.
O digito vermelho do radio relógio apontava 01:30. Carlos aguarda na cama meio que dominado pelo sono e confuso ao mesmo tempo pela situação.
Pensa mais um pouco e logo olha no relógio que já apontava 01:33 Como três minutos pareceram uma eternidade! Como Joana demorava!
Mal sabia ele que estes minutos não era nada perto das horas em que Joana o esperou na cama enquanto ele se distraia com a TV.
- Vou ter que dar um jeito nesta situação. Pensava Carlos. Levantou-se sem fazer barulho e caminhou até o quarto das crianças para ver se a encontrava, mas sem êxito.
Nem precisou chegar até a sala para ver um vulto sobre o sofá pequeno.
Ao se aproximar pode perceber Joana toda encolhida no sofá.
Carlos se aproxima e o brilho nos olhos de Joana denuncia que ela estava chorando em silencio olhando fixamente para a porta que dava acesso a rua. Carlos se aproxima e não sabe o que fazer, e nem o que falar. Seus pensamentos param por alguns instantes por não entender a situação.
O Silencio é quebrado pelo sussurro de Joana:
- Chega!
- O que foi? Pergunta Carlos.
- CHEGA! Você escutou? CHEGA! ACABOU.
Carlos sabia o que ela queria dizer, mas queria ganhar tempo para analisar a situação e tentar um dialogo e colocar a situação sob controle.
- Você é um monstro! Não é a pessoa com quem casei. Nós nunca seremos felizes, nunca fomos e nunca seremos. Não sei como durou tanto.
Carlos e Joana se confrontam como dois gladiadores na arena, com a diferença de que a única regra era tentar magoar o máximo possível um ao outro.
Se pudéssemos tirar o som desta cena e olharmos através do telhado, veríamos a triste cena de em um cômodo um casal se agredindo e no outro duas crianças dormindo tranqüilamente sem saber que ao acordarem poderiam estar sem pai ou sem mãe.
E se pudéssemos voltar no tempo e acompanhar a vida de Carlos e Joana, veríamosum casal fazendo votos de amor e fidelidade no dia do seu matrimonio.
Um casal se alegrando juntos com o presente que Deus lhe dera que era seus filhos.
Veríamos um casal planejando um futuro, juntos. Com certeza teríamos dificuldades para detectar quando começou esta separação.
Não encontraríamos o ponto em que se iniciou tudo isto, ou o motivo principal.
Uma resposta simplista seria: Uma somatória, um ajuntar de problemas teria levado a esta fatalidade.
Poderíamos tentar achar um culpado, ou uma culpada, mas de nada resolveria.
A realidade é que mesmo na época de namoro, Carlos e Joana nunca tiveram um preparo para o que viria. Pessoas estudam anos para se formarem médicos advogados e outras coisas mais, mas ninguém é preparado para o casamento, ao contrario disto é entregue o diploma que é a certidão de casamento para o casal e terão a vida toda para tentar manter aquele pacto, ou aquela aliança em que fizeram um para com o outro.
A vida nada os ensinou a não ser grandes mentiras tipo: "E os dois viveram felizes para sempre", ou "Você encontrará alguém que te fará feliz", não seria o correto dizer: "você encontrará alguém para fazer feliz"? Já entramos no casamento com a esperança de que nossa felicidade está no parceiro ou parceira desta jornada.
Mas espere aí! Se os dois entrar no casamento esperando que o outro seja portador de tal felicidade, já estamos sendo enganado desde o princípio. Mas se ao contrario disto usássemos o amor que a bíblia nos ensina? Ou seja, o amor ágape. Deixaríamos de nós mesmos para cuidar do próximo, assim como o ar que respiramos temos a certeza que daria certo, pois não é um método humano e sim divino. Deus sabe as lutas que um casal tem em se relacionar e deixou o manual, mas o fato é que desprezamos este manual e nos enchemos de coisas mundanas, como nos transportar para uma vida que não é nossa passando meses e anos seguindo novelas em que marido abandona esposa e acaba se dando bem.
Filmes em que esposas deixam marido e filhos em busca de felicidade própria e nós acabamos até em concordar com aquela atitude.
Há! Então achamos um culpado? É a novela? Não assisto mais novelas e em troca tenho meu casamento de volta? O que quero dizer é: com o que você tem se alimentado?
Quais os cuidados que tem tido para com seu lar? Tem buscado saber o que é melhor para seu cônjuge e filhos? Ou tem navegado a deriva, deixando que com o tempo as coisas se encaixam?
Na realidade somos acomodados. Muitas vezes vindo de famílias em que crescemos aos trancos e barrancos chegando onde estamos hoje cheios de vícios e preceitos errados da vida.
Não! Definitivamente não!
Existe uma promessa bíblica para isto, ou seja: "buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas (Mat 6:33) J ", e nestas demais coisas está incluso o nosso casamento. Ao buscarmos a Deus descobrimos princípios que sustentam nosso casamento.
Quando o homem tenta sem a ajuda de Deus, o máximo que se consegue são duas pessoas acomodadas vivendo como irmãos e não uma só carne como a bíblia nos ensina.
Antes de tomar qualquer decisão, Carlos e Joana pensariam duas vezes se soubessem a vontade de Deus para com suas vidas. DEUS ODEIA DIVÒRCIO, e deixou bem claro isto em Malaquias 2:16.
Sei que existe caso e casos, e não devemos generalizar, mas uma coisa é certa, o remédio é o mesmo: Deus! Busque em Deus a solução para sua vida conjugal e para tudo o que pretende fazer nesta vida e será bem aventurado como promete o Salmo primeiro.
Carlos e Joana não se separaram nesta briga, se acertaram com palavras, mas na realidade só adiaram mais um pouco e tentaram mais uma vez sem fazerem algo significativo para salvar seu casamento. Carlos e Joana se separaram?
A resposta quem dará é você mesmo se colocando em seus lugares.
Você se separaria? Ou verdadeiramente pisaria no freio e viraria a direção da vida para uma nova estrada, estrada tortuosa, estreita e esburacada, mas que leva para a vida e vida em abundancia. João 10:10.
Esta em nossas mãos? Sim está. Mas está na hora de tirar de nossas mãos e depositar aos pés de Cristo.
0 comentários:
Postar um comentário