Crise gera aprendizado e oportunidades
“O vento forte na copa da árvore desafia a força da raiz…”
Todas passamos por crises, situações dificieis e inquietantes. Muitas vezes somos “atacados” na vida social e econômica. E com a fragilização na nossa vida nasce uma frustração e um sentimento de impossibilidade. Existem também os problemas em vários setores do Brasil que desencadeiam um efeito cascata negativo, atingindo toda a sociedade. E a palavra que resume toda esta situação é CRISE.
Se a CRISE é uma realidade incontestável, devemos, unidos, lutarmos para mudar o quadro. Mas precisamos também aproveitar este momento para aprendermos algumas lições. Por mais complicado que seja esta situação, poderemos extrair dela algumas experiências que teremos como ensinamentos perpértuos, pois na crise existem oportunidades!
Algumas lições que a crise nos ensina:
NA CRISE PERCEBEMOS OS VERDADEIROS AMIGOS
É fácil termos muitas pessoas do nosso lado quando vivemos dias de abundância, mas quando a escassez chega, normalmente os falsos amigos se afastam;
“O pobre é odiado até pelo seu vizinho; mas os amigos dos ricos são muitos”. Pv. 14:20
“As riquezas granjeiam muitos amigos; mas do pobre o seu próprio amigo se separa”. Pv. 19:4
“Muitos procurarão o favor do liberal; e cada um é amigo daquele que dá presentes”. Pv. 19:6
Em contrapartida, temos a oportunidade de identificar os verdadeiros amigos, aqueles que estarão conosco nos dias bons e nos dias ruins.
“O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão”. Pv. 17:17
NA CRISE PODEMOS VERIFICAR A SOLIDEZ DO MATRIMÔNIO
Muitos casamentos têm a sua base na estrutura econômica do casal e não no amor verdadeiro que procedem de corações sinceros. Nos dias da falta do pão se verificará a profundidade da união.
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte…” Ct 8:6
“As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá- lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado”. Ct 8:7
NA CRISE SE TERÁ O CONCEITO REAL DE QUEM SOMOS
Quando somos confrontados com as dificuldades e lutas demostramos quem somos verdadeiramente. Muitas pessoas afirmam ser alguma coisa porque possuem um padrão social e ecônomico favorável. Então, se estabelece a idéia de que para ser alguma coisa tem que ter, valorizando mais o ter do que o ser. Na crise aprendemos que o ser é mais importante do que o ter. E também, entenderemos que para ser não precisamos necessariamente ter.
“De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí”. Jr. 31:3
NA CRISE A NOSSA COMPETÊNCIA SERÁ TESTADA
Sabemos que algumas pessoas prosperaram muito em pouco tempo; reconhecemos que foi a custo de muito trabalho. Na crise, estas pessoas serão desafiadas a demonstrar não só trabalho árduo, mas também competência para gerenciar este momento difícil que estão atravessando. Devemos concordar que esta situação exige mais do que ser trabalhador dedicado, exige competência para manter o barco que está sendo solapado pela tempestade na direção certa. Segundo o Dicionário Aurélio, competência é a “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão”.
“E escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez.” Ex. 18:25
NA CRISE APRENDEREMOS A CONSTRUIR CELEIROS
Temos a tendência natural de gastar o que ganhamos sem pensar no amanhã. Nunca construimos celeiros (reserva). Na crise vamos aprender dolorosamente que não devemos gastar sem deixar reservas, pois ninguém sabe do dia que virá e nem como será. Na crise nos lembramos de gastos que fizemos que não eram necessários, e se hoje tivéssemos o dinheiro que gastamos desnecessariamente poderíamos sair da dificuldade ou resolver uma parte dela. O Brasil foi para a copa da Alemanha com 22 jogadores, sendo que só precisam de 11 para jogar. Levaram um time reserva para qualquer eventualidade. Se eles precisam ter reservas para disputar uma copa, muito mais nós que estamos lutando para vencer a crise. Por isso, aprenda construir celeiros (reservas), pois outras crises virão.
“A semente mirrou debaixo dos seus torrões; os celeiros estão desolados, os armazéns arruinados; porque falharam os cereais.” Joel 1:17
NA CRISE APRENDEMOS IDENTIFICAR A DIFERENÇA DE DESEJO E NECESSIDADE
A crise vai nos ensinar pela via mais constrangedora que desejo e necessidade são realidades diferentes. Veremos que para muitas coisas que adquirimos não havia necessidade, era só desejo. E, por causa disso, estamos em sérios apuros financeiros. Não sou contra a satisfação do desejo; acho sim, que satisfazer desejos sem critérios pode nos levar a situações negativas que produzirão muito sofrimento.
Quando se vive no ciclo da prosperidade, desenvolvemos o hábito de consumir por desejo e não por necessidade. Na crise veremos que devemos consumir primeiramente por necessidade e depois por desejo. Depois da crise sempre perguntaremos a nós mesmo quando formos comprar algo: É desejo ou necessidade?
• Desejo - (ê). [Do lat. vulg. desidiu/ S.m.] Ato ou efeito de desejar. Vontade de possuir ou de gozar. Anseio, aspiração. Cobiça, ambição.
• Necessidade - [Do lat. Necessitate/ S.f.] - Qualidade ou caráter de necessário. Aquilo que é absolutamente necessário; exigência. Aquilo que é inevitável, fatal.
“Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar.” Gn 4:7
NA CRISE NOS LEMBRAREMOS DE DEUS
Existe no homem uma tendência de se afastar de Deus quando tudo vai bem. A riqueza torna-se o deus de muitas pessoas. Em uma sociedade próspera é comum identificar a divinização do homem e a humanização de Deus. Pessoas que por causa do seu poder financeiro querem ser deus de si mesmas e acabam fracassando. Na crise, muitos perceberão a sua impossibilidade humana, olhará para Deus e pedirá socorro. Neste quesito, penso que a crise é totalmente positiva; nela temos a oportunidade de voltarmos para Deus e reconhecermos que somente Ele é criador e sustentador de todas as coisas;.
“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias…” Ecl 12:1a
A crise promove ensinamentos coletivos e também individuais. Acredito que cada um de nós aprenderemos coisas diferentes nestes dias tumultuosos de lutas e dificuldades. Mas de uma coisa podemos ter certeza, todos sairemos mudados desta situação, e para melhor.
Aquilo que não me destrói, me faz mais forte! (John Perkins)
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